Gregos recorrem à moeda virtual na crise
Com restrição bancária, Trestor abre crédito de ? 2 mil para cidadãos da Grécia
Uma das consequências imediatas do calote ao FMI é o acesso restrito dos gregos aos fundos depositados em bancos, inclusive com limites diários de movimentação. Diante desse cenário, a organização sem fins lucrativos Trestor Foundation (www.trestor.org) criou um método para manter a valorização destes ativos financeiros com o uso de Trests, moeda virtual criptografada similar aos Bitcoins.
A solução é simples: oferecer aos gregos Trests equivalentes a € 2 mil por meio de notas promissórias. Para tanto, eles devem instalar uma carteira virtual no celular na forma de app disponível para Android e, em breve, iOS. Em seguida, buscar um dos parceiros da Trestor – quase 600 ao redor do mundo – e apresentar documento de identificação, passaporte e número de cadastro no aplicativo. Depois de checar as informações, processo que leva até duas horas, a Trestor deposita a moeda virtual na conta dos cadastrados. O empréstimo é sem juros até que as restrições sejam levantadas.
“Esta opção dá a segurança de que, independentemente da flutuação econômica ou até mudança de moeda no país, o dinheiro deles terá respaldo em uma moeda que não desvalorizará”, explica Henrique Daniel Rangel, gerente de marketing da organização. Isso ocorre por que o câmbio do Trest está atrelado ao dólar americano: hoje, uma unidade da moeda virtual equivale a US$ 0,01.
Além de funcionar como uma espécie de reserva lastreada, a moeda é uma alternativa para populações de diversos países sem acesso a serviços bancários. Em Camarões, por exemplo, uma parceria da Trestor com a Socapssi – organização responsável por distribuir benefícios sociais para trabalhadores informais – simplificou o acesso a US$ 3 milhões para mais de 500 pessoas nesse ano. “Foi um teste bem-sucedido que provou que uma microeconomia baseada em Trests é possível. Agora a ideia é transformar isso numa pareceria contínua”, afirma o gerente.
Criada há dois anos, a Trestor Foundation começou a operar no início de 2015. A empresa foi fundada pelo indiano Kunal Dixit e está baseada no Canadá, mas também conta com escritórios na Coreia do Sul, Estados Unidos e Índia. São 100 bilhões de Trests existentes, e não há nenhum tipo de mineração, como no caso dos Bitcoins. Além de diminuir a volatilidade da moeda, isto implica em uma economia de energia elétrica, maior rapidez nas transações e taxas menores pela conversão.
“Outra grande vantagem do Trest é a possibilidade de trocar dinheiro na hora de viajar sem precisar gastar tanto com as taxas de câmbios das operadoras físicas”, conta Rangel. No Brasil, hoje, são 25 parceiros da Trestor. Cada operação de compra ou venda da moeda tem uma taxa que varia ao redor de 2% do valor movimentado.
Sobre a Trestor Foundation
Organização sem fins lucrativos criadora do Trest, moeda virtual criptografada nos moldes do Bitcoin. O Trest tem um volume fixo disponível no mercado e é voltado para transações internacionais, reserva cambial, alternativa para populações sem acesso a serviços bancários, enfim, qualquer finalidade de uma moeda tradicional. Para utilizar a moeda, basta baixar o aplicativo para Android e, em breve, iOS da Trestor. A fundação foi criada dois anos atrás pelo indiano Kunal Dixit e hoje tem escritórios no Canadá, Índia, Estados Unidos e Coreia do Sul, além de 576 parceiros autorizados a trocar a moeda ao redor do mundo. www.trestor.org. E-mail: [email protected].