08/05/2018

Câncer: Mindfulness ajuda pacientes durante e após tratamento

Treinamento ajuda a controlar o turbilhão emocional causado pela doença, reduz estresse e ameniza insônia

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Ilamb

Não bastasse o sofrimento físico pelo qual passam os pacientes com câncer, ainda é preciso enfrentar uma dura batalha na frente emocional. Medo, ansiedade, estresse, insônia e depressão são algumas das dificuldades comuns enfrentadas. Para reduzir esses sintomas, uma terapia que tem tido bons resultados é o mindfulness. Há relatos de melhora de variações de humor em 65% e de sono mais satisfatório em 80% das pessoas que fazem o treinamento.

A atenção plena oferecida pelo mindfulness ajuda os pacientes a se sentirem melhor consigo mesmos, aceitarem seu estado e se tranquilizarem com relação ao futuro. “Com o câncer, há um medo do desconhecido muito grande. O tratamento ajuda a diminuir a ‘evitação’, a dificuldade em encarar a realidade, e a ruminação constante da situação”, diz Marina Neumann, diretora do Instituto Latino Americano de Mindfulness e Bem Estar, ILAMB (www.ilamb.com), que superou ela própria um câncer em 2012.

Aplicações da prática de mindfulness relacionadas ao câncer são estudadas há quase três décadas. A princípio, o foco era nas pessoas que já tinham sido curadas e precisavam de suporte na fase subsequente para lidar, por exemplo, com o temor da reincidência. Hoje, a técnica também ajuda pacientes durante o tratamento e até mesmo em casos paliativos, quando não há perspectiva de cura. “Nessas situações, buscamos fazer com que continuem vivendo da melhor forma possível”, diz Marina.

Além da redução de insônia e melhoria do humor e qualidade de vida, outro benefício identificado em pesquisa foi no Crescimento Pós-Traumático (CPT), a capacidade de atingir melhoras como um todo após vivenciar um evento que põe a vida em risco. A especialista ressalta, no entanto, que o mindfulness não é um substituto para o tratamento tradicional. Tampouco defende a prática como uma ‘pílula milagrosa’. “É uma terapia integrativa e complementar para dar mais força ao encarar o momento”, diz.

O principal programa direcionado à doença, o MBCT-Ca (Minfulness Based Cognitive Therapy for Cancer, ou Terapia Cognitiva para Câncer Baseada em Mindfulness, em tradução livre), consiste de oito encontros semanais de duas horas e pode ser feito em grupo ou individual. São feitas práticas de meditação, movimentos suaves e uma série de dinâmicas.

Em São Paulo, o ILAMB vai iniciar as primeiras turmas em 2018, após fazer atendimentos individuais com alguns pacientes, e planeja levar o programa para clínicas de oncologia e hospitais especializados.

Sobre o ILAMB

Instituto Latino Americano de Mindfulness e Bem Estar. O ILAMB foi fundado em julho de 2016 pela engenheira eletrônica Marina Neumann, praticante de meditação há mais de 20 anos. Especialista em Mindfulness pela UNIFESP, fez o treinamento de Mindfulness para Pacientes com Câncer na Bangor University com Trish Bartley. É instrutora de mindfulness certificada pelo Mindfulness Training International – MTI e pelo Centro Mente Aberta da UNIFESP. www.ilamb.com.

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